LEOA mistura raízes nordestinas e pop global em sua nova fase

por | setembro 25, 2025

Reinventar-se faz parte da trajetória de LEOA, cantora e compositora potiguar que, após anos à frente do projeto Luísa e os Alquimistas, inicia um novo ciclo em carreira solo. Com uma sonoridade que mistura o pop alternativo às raízes nordestinas e às batidas do sul global, a artista aposta na liberdade criativa como fio condutor dessa fase.

Em conversa com a Trace Brasil, ela fala sobre a escolha do novo nome, suas influências, a potência da música urbana periférica e os caminhos que pretende explorar em futuros trabalhos.

Trace: Para quem está chegando agora, quem é a LEOA e como é o seu som?

LEOA é uma artista, mulher, cantora e compositora potiguar, racializada, amante da música que vem dos trópicos, inquieta, sempre na gana de fazer algo novo, original, autêntico. Antes de ser LEOA, eu também sou Luisa, fui artista circense e professora de circo por muitos anos. Amo viajar e estudar. Na minha trajetória na música, eu sempre me permiti experimentar, ousar, e cantar diferentes estilos, mas sempre estou conectada com minhas raízes e com a música nordestina. Então, posso dizer que faço um pop alternativo potiguar que mistura diferentes sonoridades do sul global.

Trace: O nome LEOA parece ter significados estéticos e afetivos. Poderia falar um pouco sobre a escolha deste novo nome artístico?

LEOA antes de tudo é um nome formado pelas iniciais da minha antiga banda, Luísa e os Alquimistas. Quando saí em carreira solo estava decidida a desapegar da Luísa para que algo novo e forte nascesse. Assim veio esse nome/arquétipo, que também conta uma história de libertação minha com a minha juba/cabelo. LEOA é a energia que agora me acompanha nesse processo de recomeço e de realização de novos sonhos.

Trace: Trabalhando com música ao longo dos anos, como você enxerga a fusão da música urbana com as culturas periféricas?

Quando a gente fala de música urbana no Brasil, a gente pensa muito no rap e funk, mas quem vem de uma perspectiva de cultura urbana descentralizada, quem vem do Nordeste e do Norte, por exemplo, entende que é impossível desvencilhar a música urbana do som de paredão e da música periférica. É, inclusive, bem comum o rap formar cantores de piseiro, por exemplo. A cultura do MC é fundamental pro brega funk e por aí vai. 

Trace: O que você ainda planeja executar com seu som? Quais caminhos você se vê experimentando novos formatos com o pop e brega nordestino?

Eu acabo de dar um passo bem desafiador que é mudar de nome e recomeçar, depois de muito tempo nesse processo de me estabelecer no mercado da música. A partir de agora, meu principal objetivo é simplesmente seguir firme fazendo o que amo, sem rótulos nem amarras. Tem muita coisa que eu ainda não fiz que quero fazer e tem muita coisa que já fiz e quero seguir aprimorando. Meus discos são muito plurais, e pretendo a partir do próximo mergulhar mais em um tipo de universo/sonoridade, pra contar histórias cada vez mais coesas. O brega e o forró fazem parte da minha sonoridade, mas eu pretendo me debruçar mais nesses ritmos em um próximo disco, na estética do som de paredão. Outra vontade minha é trazer cada vez mais elementos do rap pro meu flow, som e poética.  Na minha cabeça eu tenho tantos planos, até mesmo um disco de reggae/dancehal, gêneros que fazem parte da minha base como artista. Um tanto de coisa que também nem quero revelar para não roubarem as ideias, já que ela é ref (risos).

 

 

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