No dia 22 de julho, o rapper nortista MC Super Shock lançou “Banzeiro”, faixa que antecipa seu aguardado EP O.N.M.I. – O Negro Mais Imprevisível. A música chega acompanhada de um videoclipe potente, onde imagem e som se fundem num movimento de resistência e transcendência afro-amazônica.

Com direção musical de Karen Francis, que também está nos backing vocals, o beat é assinado por Onçabeat e traz ainda a flauta encantada de Luany Guilherme e o baixo vibrante de Arthur da Silva. As rimas, quase em transe, fazem da música um ritual sonoro, transformando inquietações em afirmação.

O título carrega duplo sentido: banzeiro é o nome das ondas agitadas no meio dos rios amazônicos, mas também é como se chama aquele estado de inquietude, agito interno, corpo em ebulição, exatamente o que a música transmite. A faixa narra vivências de um Norte quase sempre silenciado, misturando rima e encantaria com a assinatura estética profundamente poética.

No videoclipe de “Banzeiro” gravado em Macapá/Ap, MC Super Shock transforma paisagens urbanas e naturais em um espaço de rito e evocação. Com direção em preto e branco em um misto de cores vibrantes “amazônicas”, o vídeo aposta numa linguagem minimalista e poética, onde cada cena parece carregada de significado. O banzeiro aqui é visual: ondula nas imagens, vibra nos detalhes, carrega um tempo próprio.

“Banzeiro” marca o início de uma nova fase para MC Super Shock, artista reconhecido pela sua autenticidade visual e sonora, consolidando-se como uma das vozes mais singulares do rap afro-amazônico. O EP O.N.M.I. tem previsão de lançamento em setembro e contará com cinco faixas, participações especiais de Anna Suav, Frabriccio, além de músicos e instrumentistas como Loba Rodrigues, Luany Guilherme, Daniel Rosa, Diego Fadul, Onçabeats, Suntizil e Viela Norte (Mix/Master), e novamente Karen Francis e Arthur da Silva. A obra será acompanhada por um mini documentário que complementa a narrativa audiovisual do projeto.

MC Super Shock iniciou sua trajetória artística em 2011, no Amapá, e consolidou sua carreira em Belém do Pará. Com uma proposta estética afro-amazônica e potente, já passou por palcos importantes como o Circo Voador (RJ/2024), Clube Manouche (RJ/2024), Expo Favela (SP/2023), Festival Se Rasgum (PA/2022) e MPB Festival (PA/2022), onde abriu o show de Emicida. Desde 2017, atua também como diretor e roteirista audiovisual com a assinatura SATURAÇÃO, explorando narrativas viscerais e visuais da negritude amazônica. Seu trabalho expande não só sua carreira, mas também fortalece a visibilidade de artistas e territórios invisibilizados do Norte.

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