O álbum inaugural de Sumano, intitulado “Nortes”, transcende o âmbito musical, revelando-se um projeto de vida profundamente enraizado em reflexões das problemáticas sociais que permeiam a região norte do Brasil. O disco é coleção de dez faixas, enriquecida por colaborações de artistas do rap como Victor Xamã, Moraes, Roxy, Nill, Malu Guedelha, Karen Francis, Drin Esc, Nic Dias e Kurt Sutil.
A produção de “NORTES” foi possível graças ao patrocínio da Natura Musical, que apoia ativamente artistas independentes, em conjunto com a Lei de Incentivo Semear e o apoio da Secretaria de Cultura do Estado do Pará.
As linhas de Sumano foram ponto de partida para um projeto que não se conteve só com os diferentes beats de rap para se tornar real. Precisou de cor, luz e sombra para criar um registro inédito sobre uma parte da Amazônia ainda desconhecida. Abrindo a temporada de “NORTES”, Sumano lançou um vídeo manifesto com imagens de sua comunidade, a Vila Menino Deus, que fica às margens do Rio Anapu, no município de Igarapé Miri, no Pará. São as pessoas desse lugar a fonte das reflexões que Sumano traz em sua música.
A faixa que abre o disco, “Reconectar”, uma colaboração com Victor Xamã, apresenta Sumano cantando sobre as cobranças e o valor de sua raça. Em “Lobos e Leões”, o rapper aborda o foco necessário para não se tornar apenas mais um. Já em “É o Jogo”, uma faixa com um ritmo mais melódico e em parceria com Nill e Malu Guedelha, os versos exploram o romantismo da vivência periférica. Além disso, a produção da faixa foi realizada por Navi Beats, conhecido por trabalhar com outros artistas da cena nortista, como Nic Dias e Íra
“Meus versos trazem à tona um questionamento importante sobre nós, pessoas negras: por que sempre esperam que a gente seja a revolução ou a revolta? Às vezes, não queremos ser isso; queremos, na verdade, viver, curtir uma tarde de sol no rio ou jogar futebol com nossos amigos sem ter que pensar em revolta”, afirma o rapper. Em “Nossa Cor”, lovesong do disco, Sumano fala de amor com a cantora também nortista Karen Francis, misturando afrobeat e flow do rap.
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