Apesar das acusações da morte do rock, ainda há muito rock bom sendo feito no país. O mineiro Rubah é um exemplo de rock visceral e bem produzido que tenta ganhar espaço em meio ao qualitativamente combalido mercado musical brasileiro.
Desde 1999 Rubah segue incansável na sua missão de cantar a realidade em que viveu e vive. O trabalho do artista mineiro não apenas transcende os limites do gênero musical, mas também aborda de maneira peculiar as experiências e desafios enfrentados pela comunidade negra. Ele tem como lançamento mais recente o Ep “Origem”, contendo 9 faixas gravadas no estúdio Full Time, em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, onde nomes como Milton Nascimento e Djavan também registraram suas canções. A masterização foi realizada em Barcelona, na Espanha, por Fernando Delgado, que assina
produções de Djonga, Baianasystem, Francisco el Hombre e Zeca Baleiro.
Rubah produziu toda a obra, incluindo os arranjos encorpados, principalmente as criações de cordas. Em estúdio, as gravações ficaram a cargo da azeitada banda que acompanha Rubah (guitarra e voz), incluindo Cazão Drum (bateria), Hiago Fernandes (baixo) e Rone DMZ (guitarra solo), que também assina parte dos arranjos de guitarra do disco.
Todos os clipes do disco, lançados como aperitivos do álbum completo, têm produção visual de Emanuel Kaauara e fotografia de Renata Milard. As imagens oferecem uma variedade estética congruente com a diversidade sonora do disco. Desde o clima de clube jazzístico dos anos 1950 criado nas gravações de “Jazz”, na qual Rubah canta de terno e cabelo alinhado; passando pela aura sombria das gravações de “Quarentine”, quando o músico surge em visual gótico, acompanhado de
fortes cenas hospitalares associadas à realidade desesperadora da pandemia; até os registros familiares que ilustram “Ana Laura” , com imagens caseiras da filha de Rubah, de apenas sete anos, e referências lúdicas do universo dos super-heróis de HQ’s.








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