Após mais de cinco anos, Lenny Kravitz se prepara para lançar um novo álbum, o intitulado Blue Electric Light Em entrevista à Esquire, o cantor, multi-instrumentista, ator e compositor de 59 anos falou um pouco sobre o que espera do futuro imediato em sua carreira e fez reflexões sobre sua trajetória.
Desde que apareceu para o mundo com “Let Love Rule”, Kravitz manteve uma notável consistência no lançamento de seus álbuns, sendo a pandemia o principal fator para o intervalo atual entre o último disco e o próximo. Segundo relatado pela Esquire, o astro usou o período pandêmico para criar e já têm três álbuns separados em andamento, fruto de sua inquietude criativa. “Mas a música de ‘Blue Electric Light’ é o que estou sentindo agora, diz ele. Este falou comigo”, conta.
A vida é linda demais. “Não estou aqui pelos elogios. Estou aqui pela experiência – Lenny Kravitiz

Foto: Norman Jean Roy
Lenny ascendeu junto com o grunge, com a cultura hip-hop e as bandas de metal farofa, no entanto, a receptividade morna de suas canções em relação a todos os outros, embora de qualidade inegável, o fez pensar no fator racial envolvido nas críticas vindas de jornalistas musicais brancos. “Havia um artigo que, naquela época, dizia: ‘Se Lenny Kravitz fosse branco, ele seria o próximo salvador do rock ‘n’ roll’”, lembra o músico. “Recebi muita negatividade de todos aqueles homens brancos mais velhos que não me deixavam ocupar esse lugar”, reflete.
Com quarenta milhões de discos vendidos, quatro Grammys de Melhor Performance Vocal de Rock Masculino consecutivos, Lenny Kravitz poderia estar num panteão de estrelas do rock muito mais reconhecido, mas pretos tiveram suas contribuições, inclusive a invenção de vários gêneros musicais, apagados pela establishment da indústria musical. “Às vezes era desanimador, mas estou, feliz, saudável, focado, com muito ainda para fazer”, diz ele.
“Não existiria Tyler, The Creator sem Lenny Kravitz” – Jay-Z.
Kravitz também mostra certa decepção com as mídias e meios de entretenimento e cultura negros. “Até hoje, não fui convidado para um evento BET ou Source Awards. E é como se aqui estivesse um artista negro que reintroduziu muitas formas de arte negra, que quebrou barreiras, assim como aquelas que vieram antes de mim quebraram. Isso é positivo. E eles não têm nada a dizer sobre isso?”, aponta decepcionado.

Foto: Norman Jean Roy
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