Coletivo Mulheres da Parada fortalece comunidade de Sacramento, em São Gonçalo

por | maio 9, 2022

O coletivo Mulheres da Parada aposta no bem-estar da comunidade da Parada de São Jorge, sub-bairro de Sacramento, bairro de São Gonçalo, região do Grande Rio. Entre as ações do grupo, estão distribuição de alimentos, incentivo ao empreendedorismo, cuidado com o meio ambiente, promoção de cursos profissionalizantes e plantações de hortas comunitárias e domésticas. Desde a última quarta, dia 4, o Donas do Agro abrirá um matchfunding para viabilizar as ações do projeto. O desejo é arrecadar R$ 50.000,00. O Instituto Phi vai dobrar cada doação recebida até chegarmos a esse valor, para seis meses de execução.

O projeto consiste na realização de programa de combate à fome, conservação e restauração do ecossistema terrestre. Para tanto, são plantadas hortas e agroflorestas em espaços públicos e quintais de famílias em situação de insegurança alimentar e nutricional beneficiárias do projeto Mercadinho Solidário, uma das frentes da Mulheres da Parada, que possibilita 750 pessoas a fazerem suas compras mensais sem pagar pelos alimentos que levam. No Donas da Agro são utilizadas prioritariamente espécies nativas, PANCs (Plantas Alimentícias Não Convencionais) e sementes crioulas adquiridas de agricultores familiares, doados pela comunidade local e por parceiros da organização.

As beneficiárias aprendem a manejar e cultivar seu próprio alimento, fazer compostagem, identificar e consumir as PANCs (Plantas Alimentícias Não Convencionais), reaproveitar alimentos para melhorar a qualidade de vida e replicar à outras pessoas da comunidade, tornando-se agentes ativas em todo o processo, sem fazerem uso de agrotóxicos.

O projeto ensina sobre manejo e manutenção da Agrofloresta Coletiva gerida pela organização, implantação de sistemas agroflorestais e hortas em quintais de famílias em insegurança alimentar, implantação de sistemas agroflorestais e hortas em espaços públicos e oferece curso sobre Sistemas Agroflorestais, além de oficinas e palestras informativas para professores e alunos da rede pública de ensino de São Gonçalo, com o tema: Agroecologia na Escola.

Os cursos e palestras informativas são oferecidos em  instituições de ensino público do município de São Gonçalo. Já a implantação de sistemas agroflorestais são realizados prioritariamente nas comunidades do bairro Sacramento, realizados em parceria com o IFRJ-Instituto Federal do Rio de Janeiro, Coletivo Trama, Projeto Kamuatá e  Remoma. Como beneficiárias diretas teremos, prioritariamente: famílias atendidas no projeto Mercadinho Solidário e/ou chefiadas por mulheres cis ou trans, moradoras de São Gonçalo e adjacências, idade mínima de 16 anos, baixa escolaridade e renda (1/2 salário mínimo per capita) e mães solo.

Criado no início da pandemia, em março de 2020, o coletivo começou suas atividades quando Letícia da Hora, esposa do ator Leandro Firmino – o lendário Zé Pequeno do filme “Cidade de Deus” –, resolveu arregaçar as mangas para ajudar as famílias que já estavam com dificuldades para se alimentarem. A maioria era encabeçada por mulheres que ficaram desempregadas por causa da Covid-19, uma vez que grande parte delas eram de diaristas.

Letícia reuniu familiares e amigas – entre elas Danyela Eusebio que hoje coordena a ONG, enquanto Letícia é a diretora geral da organização – para arrecadar cestas básicas e cloro e distribuí-los para quem precisasse. Assim surgiu o coletivo que logo conseguiu se inscrever e ser selecionado para receber R$ 2,5 mil do edital Fundo Baobá. Graças a esses recursos, a ONG Mulheres da Parada pôde oferecer para a comunidade kits de higiene contra a Covid-19, que continha produtos como álcool em gel e máscaras.

Em maio de 2020, o grupo inovou e criou o Mercadinho Solidário, onde era – e ainda é – possível pegar gratuitamente alimentos. Voltado para famílias cuja renda não passava de meio salário mínimo por integrante, o mercadinho funciona na base da confiança. Não é preciso comprovar renda, mas solicita-se a apresentação da carteira de trabalho. 

O mercadinho fica na sede da ONG, uma casa alugada para melhor atender os beneficiários. Foram as próprias amigas que limparam e arrumaram a garagem que funcionava como depósito, transformando numa central de distribuição de alimentos e produtos de higiene.

Atualmente, 150 famílias são beneficiadas no Mercadinho Solidário. Existem regras para levar os alimentos para casa. “Atendemos pessoas de diversas comunidades, embora a maioria seja da Parada São Jorge. É preciso fazer o cadastro, são obrigatórios o uso de máscara e a limpeza das mãos com álcool gel. Até temos máscaras doadas também caso alguém chegue sem”, explica Letícia, a idealizadora do projeto.

Em pouco tempo, firmaram uma rede de solidariedade, mas logo perceberam que havia outras demandas, como a necessidade de as mulheres da comunidade aprenderem novas profissões que as possibilitassem ganhar o próprio sustento. Fizeram uma pesquisa e descobriram que as áreas de maior interesse eram beleza, gastronomia e moda. Surgiu, então o projeto Donas da Parada com a promoção de cursos e oficinas para formação de manicures, confeiteiras e costureiras. Houve também workshops de empreendedorismo para auxiliá-las a abrirem seus próprios negócios. Até aulas de alfabetização foram dadas para uma jovem de 24 anos e uma adolescente de 13 anos! Com frequência, são promovidas também rodas de conversa sobre os mais diversos assuntos, de saúde mental a violência doméstica.

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