Mãe Celina de Xangô ensina cuidado com corpo e mente, com o livro “O poder das ervas”

por | abril 8, 2021

A ialorixá Mãe Celina de Xangô lançou recentemente o livro “O poder das ervas”, com o objetivo de propagar saberes tradicionais de proteção, autocuidado e bem estar dos povos que formaram o Brasil. A obra também abre discussão sobre sustentabilidade e proteção ao meio ambiente.

“Por meio do meu axé e criação matriarcal, comecei a pensar na possibilidade de escrever esse livro. Desde criança, fui criada por vó e bisavó fazendo uso do poder das ervas plantadas no quintal de casa. Hoje, tenho ervas e árvores no meu terreiro, que foram plantadas por mim. Precisamos ter esse cuidado, não apenas para nos curar de doenças, mas para evitá-las, promovendo oxigenação”, ressalta.

Além de ialorixá, Mãe Celina também é gestora do Centro Cultura Pequena África, no Rio de Janeiro

O livro, segundo ela, não tem um público específico. Para Mãe Celina, o mais importante é não deixar esse saber ancestral estacionado.

“Não tem essa de aceitarem ou não. É necessário colocar esse material para jogo. É importante saberem que mãe de santo tem intelectualidade e que o nosso saber é único, visceral. A gente já nasce do útero da mãe com o gene do saber e vai aprimorando ao longo da vida. Quando pensei no livro, pensei num todo: no povo preto, caucasiano, indígena. Não pensei só em “A”, “B”, “C” e “D”, mas no alfabeto inteiro. Quero que todo mundo absorva esse saber, porque as minhas mais velhas atravessaram o universo para fazê-lo chegar até mim. Com esse trabalho, eu promovo acolhimento, autocuidado, cuidado com o corpo e a mente. E veio a calhar nesse momento de pandemia, com o mundo virado de cabeça para baixo”, acrescenta.

Além da atuação como ialorixá, Mãe Celina tem importante participação na preservação do patrimônio histórico afro-brasileiro. Ela é gestora do Centro Cultural Pequena África, no Cais do Valongo, na cidade do Rio de Janeiro. Um trabalho que lhe rendeu duas Medalhas Chiquinha Gonzaga.

“Estou à frente do centro cultural há quase 15 anos. E recentemente, fui convidada pela UFRJ para ser responsável pelo reconhecimento de objetos do sítio arqueológico do Cais do Valongo, o que me deixou muito feliz, porque, para mim, é muito importante a preservação da nossa história”, diz.

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