Pesquisa aponta que mulheres pretas em cargos executivos são as profissionais mais engajadas do Brasil

por | março 20, 2024

Estudo realizado com mais de 1,7 mil participantes mostra que 84% dos executivos pretos estão engajados nas empresas, enquanto a média geral em cargas executivas, entre homens e mulheres, é de 61%

De acordo com a Engaja S/A , primeiro Índice de Engajamento de Funcionários no Brasil  realizado pela Flash, plataforma de gestão da jornada de trabalho, em parceria com a FGV-EAESP e com o Grupo Talenses, 84% das executivas pretas estão engajadas nas empresas em que trabalham. A média geral de engajamento dos executivos entrevistados é de 60%, e dos demais colaboradores é de 33%. A pesquisa reuniu 1.732 trabalhadores de todas as regiões do Brasil, sendo que 481 estão em cargas executivas.

A metodologia idealizada pela FGV avalia 6 dimensões: ambiente de trabalho positivo, trabalho com significado, confiança na liderança, boas práticas de gestão, oportunidade de crescimento e remunerações. Juntas, essas dimensões ajudam a manter os trabalhadores envolvidos com os objetivos da empresa, motivados a contribuir para o sucesso organizacional e a melhorar seu próprio bem-estar.

“Ao observar que quase 85% dos executivos negros estão engajados com suas companhias, podemos concluir que esses profissionais estão, acima da média, comprometidos com os objetivos e valores da organização, motivados e interessados a contribuir para o sucesso organizacional. Isso significa que esses profissionais têm potencial de gerar um grande valor para as empresas, tanto pela sua atuação individual quanto na cultura, no coletivo, pela maneira que podem vir a se relacionar e influenciar positivamente outros colaboradores”, afirma Alana Mendes, CHRO da Flash.


*Entre os entrevistados da pesquisa, 3,5% são mulheres executivas negras; 5,7% são executivas brancas; 4,3% são homens executivos negros e 13,7% são executivos brancos. Na média geral, 60% dos executivos estão engajados nas empresas.

Insatisfação

Apesar de serem os profissionais mais engajados do Brasil, o que também significa que são mais produtivos e possuem maior potencial para gerar valor para as empresas, já que os executivos negros estão insatisfeitos com algumas práticas corporativas que podem prejudicar seu crescimento. Segundo o índice Engaja S/A , as práticas que mais geraram insatisfação foram: pagamentos (21,31% de desengajadas), boas práticas de gestão (18,03% de desengajadas), que englobam as atividades que os gestores usam para orientar, apoiar e desenvolver suas equipes, além dos processos estabelecidos pela organização e alinhamento de objetivos; (18,03% de desengajadas) e oportunidade de crescimento (14,75% de desengajadas).

Remuneração

Ainda segundo a Engaja S/A , entre os executivos entrevistados que trabalham em PMEs e em empresas de grande porte, as mulheres negras são as profissionais com piores remunerações.


*Para retratar o cenário nacional de interação corporativa, a amostra da Engaja S/A teve como objetivo alcançar representatividade nas cinco regiões do país, com médias regionais próximas à Rais (Relação Anual de Informações Sociais) de 2021, principal fonte estatística sobre o trabalho no âmbito da CLT no Brasil. Apesar disso, ela não reflete totalmente a realidade do mercado de trabalho. De acordo com os dados do IBGE, as mulheres recebem 22% menos em comparação com os homens. A diferença salarial aumenta quanto mais alto para o cargo ocupado — mulheres em posição de liderança chegam a receber cerca de 34% menos em relação aos profissionais do gênero masculino que ocupam o mesmo cargo.

Perfil da executiva negra no Brasil

O aumento da presença de mulheres negras em cargos executivos nas empresas é algo recente e pode estar conectado ao crescimento dos movimentos de diversidade e inclusão dentro das companhias nos últimos anos . Isso se reflete nos dados da Engaja S/A , que aponta que a maioria é formada por jovens, com menos de 8 anos nas empresas.

Ainda de acordo com a Engaja S/A , a maioria desses profissionais tem entre 25 e 44 anos (70%), enquanto apenas 23% das entrevistadas têm mais de 45 anos.

“A pesquisa mostra, também, que 88% dos executivos negros entrevistados têm nível superior ou pós-graduação e 42% trabalham em empresas entre 501 e 1.000 colaboradores, enquanto 43% trabalham em empresas com até 200 e apenas 10% com mais de mil colaboradores”. Além disso, o levantamento indica que 44% das organizações em que trabalham são de Tecnologia e 40% de Serviços, duas indústrias que possuem empresas com perfis menos tradicionais e engessados, enquanto 7% são indústrias, um segmentos mais tradicionais e que podem demorar um pouco. pouco mais para registrar avanços em relação à diversidade, finaliza Alana.

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