Após 17 anos longe da tv, a ex- atriz mirim e ex- angelicat Aline Menezes comemora a volta em horário nobre em que vive a secretária ” Irís” em Travessia e fala sobre representatividade.

“Sinto que estamos avançando consideravelmente ultimamente. Vemos muito mais publicidade com famílias negras, e o fato de estarmos ganhando espaço de autores e diretores negros também refletem nas escalações, embora temos também alguns diretores e autores brancos conscientes da importância da representividade. Estamos avançando, mas ainda temos muito a percorrer para termos uma equidade entre atores brancos e negros nas dramaturgias”, declara.

A atriz ainda relata que considera que teve sorte na infância, mas passou por dificuldades em escalações na adolescência.

” Posso dizer que tive a boa sorte de ter boas oportunidades na TV quando era criança, conseguia emendar um trabalho no outro antes de fazer a minha primeira novela na Globo e após também. Mas  sempre observei que era sempre a única criança negra no casting de um trabalho, era como se só existisse eu no mercado. Até os meus 16 anos tinham bons trabalhos pra mim, atriz negra, mas comecei a receber muitas negativas de trabalho, alegando que não sabiam onde me colocar se era adolescente ou criança”, relembra Aline.

Aline também conta que foi fundamental ter o apoio da mãe para enfrentar o preconceito e seguir na profissão.

“Minha mãe sempre me acompanhou nos meus trabalhos. Então quando ela percebia alguma situação que gerava preconceito e eu criança não entendia, quando chegávamos em casa ela sempre conversava comigo, me incentivava. Sempre dizia que eu era linda e talentosa!  Sempre me motivava! Então, se hoje perseverei a manter a minha profissão mesmo com todas as dificuldades eu devo aos incentivos e apoio da minha mãe. Então, meu conselho é que os pais sempre dialoguem, motivem os seus filhos e não deixem eles se sentirem incapaz de realizar os sonhos deles. Nós podemos tudo que quisermos. É importante alimentar nossa coragem, sabedoria e desejo” declara Aline