“Você tem que agir como se fosse possível transformar radicalmente o mundo. E você tem que fazer isso o tempo todo”. Essa máxima da ativista, escritora e filósofa Angela Davis é a força motriz para todo desejo de mudança daqueles que sonham com equidade no mundo. Ela completa 79 anos hoje.

Mulheres, negros, gays, indígenas, não tem o luxo de viver como se as coisas estivessem bem, há a pujante necessidade de buscar um estado de coisas que abriguem a existência digna de todas as existências.

Davis nasceu em 26 de janeiro de 1944, no estado americano do Alabama, historicamente racista e palco dos conflitos raciais mais violentos durante 60. Foi ali que ela se envolveu nos movimentos negros e feministas, vindo a se tornar uma das figuras mais importantes da história na luta pelos direitos civis e igualdade de gênero.

Especialista em filosofia por universidades importantes do mundo como a Brandeis (EUA) Sorbonne (França), e Frankfurt (Alemanha), Angela defende a não dissociação de raça, classe e gênero na hora de debater direitos. “É preciso compreender que classe informa a raça. Mas raça, também, informa a classe. E gênero informa a classe (…) Raça é a maneira como a classe é vivida. Precisamos refletir bastante para perceber as intersecções entre raça, classe e gênero, de forma a perceber que entre essas categorias existem relações que são mútuas e outras que são cruzadas. Ninguém pode assumir a primazia de uma categoria sobre as outras”, diz.

O pensamento de Angela Davis pode ser encontrado em livros como “A Democracia da Abolição”, “Mulheres, cultura e Política” e o clássico “Mulheres, raça  e classe”.