Brasil marca presença histórica no 9º Congresso Pan-Africano e fortalece diálogo com o continente africano

por | dezembro 9, 2025

Créditos Jefferson Sankofa – Trace Brasil

Lomé (Togo) – Teve início ontem, na capital togolesa, o 9º Congresso Pan-Africano, encontro que reúne lideranças políticas, intelectuais, representantes governamentais e membros da diáspora africana de diversos países. Organizado pela União Africana, o evento contou com uma participação histórica do Brasil, convidado de honra desta edição. A delegação brasileira inclui mais de cem integrantes do movimento negro, representantes da sociedade civil, pesquisadores e autoridades públicas.

Com realização entre os dias 8 e 12 de dezembro de 2025, o congresso tem como tema central “Renovação do pan-africanismo e o papel da África na reforma das instituições multilaterais: mobilizar recursos e reinventar-se para agir”. O encontro também celebra a Década das Raízes Africanas e da Diáspora Africana (2021–2031).

O Brasil também leva contribuições expressivas ao encontro. Os principais resultados da Conferência da Diáspora Africana nas Américas, realizada em Salvador em 2024, serão apresentados no congresso. O evento reuniu lideranças afrodescendentes de todo o continente americano e discutiu temas como pan-africanismo, memória e reparação — que agora embasam parte das propostas brasileiras em Lomé.

Créditos Jefferson Sankofa – Trace Brasil

Entre os representantes da sociedade civil está o Babalaô Ivanir dos Santos, referência na defesa da liberdade religiosa e dos direitos das tradições de matriz africana. Ele destacou a importância do congresso para fortalecer a articulação entre África e diáspora.

Também participam figuras como Carlos Moura, primeiro presidente da Fundação Cultural Palmares; a professora e filósofa Helena Theodoro; o professor Hélio Santos, da Oxfam Brasil; e o ator e diretor Antônio Pitanga, presença marcante na cultura afro-brasileira.

 

Créditos Jefferson Sankofa – Trace Brasil

A cerimônia de abertura reuniu ainda Francia Márquez, vice-presidente da Colômbia, e Epsy Campbell, ex-primeira-ministra da Costa Rica e uma das principais vozes da diáspora afrodescendente.

A participação brasileira reafirma o protagonismo do país como a nação com a maior população negra fora da África e reforça seu compromisso com a reforma da governança global, ampliando diversidade e representatividade nos espaços multilaterais.

O congresso segue até a próxima sexta-feira, dia 12, com debates sobre reforma institucional, restituição do patrimônio cultural africano, justiça reparadora e estratégias para construir uma África mais soberana, integrada e influente no cenário mundial.

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