Após curtíssima temporada, o espetáculo “Nuang – Caminhos da Liberdade” chega às últimas apresentações Teatro Municipal Ziembinski nos dias 28 e 29 de setembro, às 16h, na Tijuca. A história, baseada no livro homônimo escrito por Janine Rodrigues e chancelado pela Fundação Palmares, reforça o direito à memória ao contar histórias negras milenares.
Nuang é uma menina que nasce no Reino de Uthando, mas é sequestrada e trazida para o Brasil. Em sua jornada para encontrar o “caminho de volta” para si e para seu povo, Nuang vai se reencontrar com a força da memória do seus ancestrais para reencantar a vida. A narrativa é entremeada por canções originais cantadas e tocadas ao vivo com instrumentos brasileiro e africanos. E as máscaras nos levam ao encontro de outras personagens que ajudam a contar essa história.
Após mais de 20 anos de ações voltadas para a educação e cultura, como oficinas, laboratórios, festivais e sessões de contação de história, “Nuang, caminhos da liberdade” é o primeiro espetáculo infantojuvenil produzido pela Obalufônica, e traz uma narrativa de autonomia e de fortalecimento das memórias ancestrais. Além disso, toda a encenação é pensada com a integração da intérprete de LIBRAS como atriz, quebrando a separação costumeira entre estes profissionais em demais espetáculos.
A jornada da menina entre os primeiros quilombos no Brasil e o encontro com os povos originários traz uma mensagem especial: “Dirigir esse espetáculo significa dizer para as crianças de hoje, nossos ancestrais de amanhã, tudo aquilo que eu queria ter reconhecido quando criança, mas ninguém tinha como me contar, porque os nossos mais velhos tinham sido ensinados a esquecer”, diz Tatiana Henrique, que atua, dirige e assina a concepção textual do espetáculo.
O espetáculo passou por São Gonçalo, Valença, São Paulo, Juiz de Fora e Angola levando uma significativa mensagem contra o racismo e a intolerância religiosa: “Nuang resolve as suas questões com a força da magia da vida! E a gente precisa naturalizar a presença disso entre nós, porque a relação com a natureza e a convivência entre visível e invisível, faz parte das nossas heranças africanas e indígenas. Se com Harry Potter e com Branca de Neve pode, por que deveria ser diferente com Nuang?!”, pontua Tatiana.
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