Natália Balbino celebra boa fase como atriz em “Medusa” e também como roteirista em “Escola de Quebrada”

por | abril 5, 2023

A atriz Natália Balbino celebrou a estreia de dois filmes com sua participação em março. A atriz e roteirista tem, pela primeira vez, a oportunidade de evidenciar paralelamente seus dons profissionais no mesmo segmento. Se em “Escola de Quebrada” ela assina como uma das roteiristas do longa-metragem de Kaique Alves e Thiago Eva produzido pela Paramount em parceria com KondZilla, em “Medusa” a atriz realiza sua estreia nos cinemas no papel de Jennifer, uma das jovens de uma congregação neopentecostal do longa de Anita Rocha da Silveira. Incensado mundo afora, o filme já faturou os prêmios de Melhor Longa-Metragem Ficção e Melhor Direção de Ficção no Festival do Rio (2021), também exibido na Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes 2021.

O convite para roteirizar “Escola” chegou através de Pedro Emanuel, que assina a redação final do longa. “Trabalhamos juntos anteriormente no teatro, durante a minha pesquisa para o Mestrado na UFRJ. Na época do convite, eu tinha acabado de fazer parte da equipe de roteiristas colaboradores de ‘Malhação’, na TV Globo, e já era uma roteirista da Paramount, integrante da sala de conteúdo Narrativas Negras, chefiada por Marton Olympio. Tanto a Paramount quanto a Kondzilla perceberam que meu momento de carreira e os meus interesses enquanto artista muito se afinavam com a proposta do ‘Escola de Quebrada’”, pontua Natalia, que já ofereceu uma oficina de roteiro gratuita aos jovens da Vila Cruzeiro, comunidade carioca onde cresceu.

Foto: Divulgação

Acompanhando os trabalhos de Kondzilla desde muito tempo, Natalia realizou o sonho de integrar uma equipe que sempre admirou. “Quando eu vislumbrei a possibilidade de ser roteirista de um filme original Kondzilla, foi como se eu estivesse finalmente tendo a oportunidade de colocar em prática as minhas ideias sobre protagonismo negro e falar com muita comédia sobre as nossas subjetividades”, resume a mulher preta e periférica de 27 anos que, para o trabalho, realizou um intercâmbio em São Paulo.

“Já era parte do meu discurso desenvolver trabalhos de dentro, em conexão com o território e dialogando diretamente com os protagonistas da vida real. Seria impossível escrever esse trabalho estando longe. Fiquei todo o período de desenvolvimento do longa morando em São Paulo, pesquisando e conhecendo melhor a realidade que teríamos que retratar. Também tive a oportunidade de voltar para a cidade durante o período das filmagens. Hoje reconheço que esse deslocamento e essa atenção que tanto nós, quanto a própria Kondzilla tem com o território, foram fundamentais para desenvolver um produto ‘chave’ ‘da hora!’”, diverte-se.

Natalia considera que um filme como “Medusa” é um diferencial em sua trajetória. “O filme fez uma longa trajetória internacional, passando pelos principais festivais de cinema do mundo, como o TIFF no Canadá, fez temporadas na França, nos EUA e recebeu as principais premiações do Festival do Rio em 2021. Ter um projeto robusto como esse na carreira sem dúvidas é um diferencial, mas acredito que o principal estímulo que vem desse trabalho é a crença em um cinema nacional vivo, pulsante e independente”, analisa.

Foto: Divulgação

No filme, a atriz dá vida à Jennifer, personagem conquistada à base de três fases de testes. “Ao lado de outras oito talentosas atrizes, incluindo nossa protagonista, Mari Oliveira, formamos o grupo apelidado pela revista Variety de ‘Vigilant Girl Squad’. Somos meninas belas, recatadas e do lar, que fazemos parte de uma congregação neopentecostal dentro do universo distópico criado pela Anita. Junto das ‘Preciosas’, Jennifer não vai aceitar ver o seu mundo perfeito ser deformado pelas tentações do mundo. Só o grito da Medusa será capaz de despertar essas mulheres de um transe conservador e espiritual”, adianta a atriz.

Para o futuro, Natalia tem boas expectativas. “Acredito que o mercado vem fazendo mudanças positivas para se tornar mais inclusivo. Todos os streamings para os quais eu já trabalhei tem a sua política de diversidade com maior ou menor impacto. Meu sonho é um mercado cada vez mais inclusivo, estável, que valorize todos os artistas e que construa ambientes saudáveis de trocas criativas. Individualmente, sonho em chegar na casa das pessoas – com meu texto, com a minha imagem ou com ambos. Emocionar, divertir, representar o Brasil do futuro, onde todos possam sonhar e ter ferramentas para realizar seus sonhos”, finaliza.

 

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