Uma das principais constatações do Estudo Publicidade Inclusiva: Censo de Diversidade das Agências Brasileiras – Observatório da Diversidade na Propaganda 2023, pesquisa realizada pela Gestão Kairós à convite do ODP – iniciativa criada em julho de 2021 com o objetivo de unir o mercado publicitário em prol da diversidade e inclusão, é que 68% dos profissionais que atuam nas agências de publicidade são brancos, 30% são negros (pretos + pardos) números que se assemelham ao estudo Diversidade, Representatividade e Percepção – Censo Multissetorial da Gestão Kairós 2022 que analisou empresas de diversos setores, seguidos por 21% de mulheres negras, e, estatisticamente, aproximadamente 1% são amarelos e indígenas.
Quando analisada a representatividade de orientação sexual e identidade de gênero, 24% dos pesquisados se autodeclaram LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgênero), número que também está acima de estudos de mercado que mensuram essa parcela da população. Entretanto, os números sobre a comunidade trans seguem insuficientes, uma vez que a temática da diversidade sexual é complexa no âmbito empresarial, o que só expõe a vulnerabilidade social dessa parcela da população no Brasil e, consequentemente, a invisibilidade no mercado.
O cenário para pessoas com deficiência segue desafiador, já que esse público representa apenas 1,6% do Quadro Geral, sendo este um caso de inconformidade legal, assegurada pela Lei Nº 8.213/91, que determina que empresas com a partir de 201 funcionários tenham pelo menos 2% de pessoas com deficiência proporcionalmente. Quanto à idade, somente 5% dos profissionais têm 50 anos ou mais.

Liliane Rocha-CEO Fundadora da Gestao Kairos (Foto: Nicolas Labate)
Já quando investigados os dados na Liderança das Agências (nível Gerente e acima), temos uma fotografia que expõe ainda mais a baixa representatividade de alguns grupos. Em relação a Gênero, encontra-se um equilíbrio, com uma sutil sobreposição de 50,2% de homens em relação aos 49,8% de mulheres. Em raça e etnia, 88% são autodeclarados brancos, e apenas 10,3% negros (pretos + pardos), ou seja, o número chega a ser 8 vezes menor que profissionais brancos, dos quais apenas 4,6% são mulheres negras. Indígenas e Amarelos são aproximadamente 1%, respectivamente, na análise estatística.
Em termos de orientação sexual e identidade de gênero, 16,2% das lideranças de agências é formada por profissionais LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgênero), número que segue acima dos principais levantamentos de mercado. A presença de pessoas com deficiência é ainda mais agravante, com apenas 0,7% das autodeclarações.
Quando abordada a questão geracional, mesmo na liderança, posições nas quais é possível identificar uma maior presença de profissionais com 50 anos ou mais, há uma inversão completa no setor da publicidade e propaganda, com somente 6% de pessoas nessa faixa etária.
A Gestão Kairós é referência em metodologia e aplicação de Censo Demográfico e Pesquisa de Percepção. Por acompanhar diariamente indicadores e estudos demográficos, observa-se que o diagnóstico elaborado para o ODP é o farol que o setor da publicidade precisava para compreender onde está e como pode trabalhar para assegurar a valorização da diversidade em todo o seu ecossistema. “Durante o processo de trabalho com o ODP, nessa iniciativa pioneira, entendemos que o primeiro e mais importante passo a ser dado seria mapear como as agências compunham seus quadros internos, pois, sim, notamos um aumento na representatividade em comerciais e propagandas, mas é urgente que essa valorização e protagonismo aconteça também dentro das próprias agências”, explica Liliane Rocha, CEO e Fundadora da Gestão Kairós e Conselheira de Diversidade – Consultoria de Sustentabilidade e Diversidade, que é referência na América Latina.
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