“Megatubarão 2” é uma coleção de cenas de ação genéricas e diálogos capengas, mas serve como distração aos menos exigentes

por | agosto 3, 2023

Lançado em 2018, o primeiro “Megatubarão” era uma galhofa divertida que, ao contrário de alguns filmes de monstros recentes, como os da franquia Godzilla, tinha como foco a criatura, sem que houvesse algum tipo de conspiração vilanesca humana como mote principal, e isto garantiu boa diversão no filão das produções sobre monstros gigantes.

Em “Megatubarão 2”, o filme dirigido por Ben Wheatley vai radicalmente na direção contrário de seu antecessor, destinando enorme tempo de tela a uma desinteressante trama de roubo de tecnologia, proteção ambiental e disputa por poder empresarial. 

Jason Statham retorna como Jonas e desta vez o personagem está praticamente encarnando qualquer outro papel do ator. O mergulhador sabe fazer parkour e lutar artes marciais, invade navios e derrota sozinho exércitos de homens armados, coisa que se repete com outros membros da equipe de mergulhadores.

Ao explorar as termoclinas, local onde vivem outros megatubarões, Jonas e a equipe descobrem uma operação de exploração mineira que acaba dando oportunidade dos monstros voltarem até águas rasas e atacarem. As cenas de exploração embaixo da água rendem boas cenas de tensão, embora a gente saiba logo de início quais personagens vão ser as buchas de canhão para o filme ter uma ou outra cena de morte.

Do filme original retornam, além de Staham, Cliff Curtis como Mac, Page Kennedy como DJ e Shuya Sophia Cai na versão crescida de Meying. Todos operantes em dizer frases de efeito, fazer cara de susto e correr, o que é o máximo que o filme oferece para os atores fazerem.

Tudo bem um filme de tubarão não ser o “Cidadão Kane”, ninguém espera isso, mas se a sequência seguisse a fórmula do primeiro, o resultado seria mais satisfatório. Felizmente todo mundo parece se divertir e, se for encarado como a galhofa que é, “Megatubarão 2” é um passatempo OK para quem quer desligar os neurônios ou esquecer o fenômeno Barbieheimer por um tempo.

As cenas de ação do filme, que são o que interessa ao público, funcionam para quem não tem como parâmetro filmes da franquia Missão Impossível e John Wick. A impressão é que os produtores quiseram entregar novos níveis do que se pode chamar de genérico e entregaram o básico do básico. Entre uma passagem de correria esquecível e outra, somos presenteados com diálogos que parecem ter sido gerados por uma Inteligência Artificial preguiçosa

“Megatubarão 2” é inferior e mais genérico que o primeiro, mas não será ofensivo para quem decidir assistir

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