Clichezão genérico da DC é divertido, funcional e traz boa estreia de Bruna Marquezine em Hollywood

por | agosto 21, 2023

Fãs mais antigos de quadrinhos lembram do Besouro Azul como o herói cômico que integrava a Liga da Justiça nos anos 90 e fazia dupla com o impagável Gladiador Dourado. Após um período de esquecimento, o herói foi reformulado e ganhou contornos mais ligados à tecnologia contemporânea. É esta nova versão que chegou aos cinemas.

O adolescente Jaime Reyes (Xolo Maridueña) ganha superpoderes quando um misterioso escaravelho dado por Penny (Bruna Marquezine) se prende à sua coluna e lhe fornece uma poderosa armadura alienígena azul.

“Besouro Azul” não oferece nenhuma premissa nova e traz o velho argumento do vilão corporativo já visto em dezenas de filmes, mas felizmente não é a ameaça genérica que estraga a diversão proporcionada pelo filme. Se Susan Sarandon, como a magnata de uma empresa de armamento militar, parece estar no automático e sem energia, o mesmo não se pode dizer de todo o restante do elenco. Bruna Marquezine está muito bem como a herdeira de Ted Kord, o Besouro Azul original. A atriz, que no papel também é brasileira, interpreta de forma segura e carismática a personagem que não se resume a ficar de totem sendo a mocinha bonita, mas ajuda a conduzir a trama e auxilia na jornada do herói. Diferente de muitos exemplos dentro do subgênero.

O ponto forte do longa é, sem dúvida, o núcleo familiar de Reys. A família Latina rende os momentos mais engraçados e são muito presentes no filme, aumentando o grau de preocupação do público com o herói. George Lopez como o tio Rudy e Belissa Escobedo como a má-humorada Milagro, roubam quase todas as cenas em que participam. Esse foco nos laços familiares latinos lembra o que já vimos em ‘A Vida é uma Festa’ e ‘Encanto’, o que pode ser uma chamariz eficiente para o público latino do cinemão.

É um pouco triste saber que ‘Besouro Azul’, um filme notadamente simpático e digamos, fofo, chega com a imagem cinematográfica dos heróis DC Comics completamente arranhada. Xolo e Bruna merecem o reconhecimento por entregar personagens tão simpáticos.

Na seara das cenas de ação, o filme fica longe de inovar e o enfrentamento com Carapax, a versão vermelha e turbinada do alienígena é pouco inspirada como costuma ser toda vez que os adversários tem exatamente os mesmos poderes (‘Homem de Ferro’, ‘Doutor Estranho’, Flash’). O esforço de Raoul Trujillo com o personagem é perceptível e o filme até acerta em humanizar o vilão em determinado momento, mas já é tarde demais após ele ser tratado apenas como um peão a maior parte do tempo.

Os efeitos especiais funcionais só reforçam como o filme anterior da Warner, ‘Flash’, teve um tratamento tosco por puro desleixo, embora com um orçamento maior.

“Besouro Azul” é um filme genérico e clichê, mas acerta ao não tentar ser mais do que é. A despretensão faz dele uma boa opção para uma sessão da tarde.

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