Grupo L’Oréal no Brasil, Academia Brasileira de Ciências e UNESCO no Brasil anunciam as vencedoras da 18ª edição do programa Para Mulheres na Ciência

por | dezembro 6, 2023

Efeitos da alimentação rica em gorduras e açúcares na infância ocasionando doenças como ansiedade e depressão, os impactos da poluição do plástico no ambiente aquático e o corredor de transmissão de vírus entre países como Brasil e Angola são alguns dos temas de pesquisas das ganhadoras da 18ª edição do programa Para Mulheres na Ciência. Desde 2006, com o objetivo de promover o equilíbrio de gênero e incentivar a participação feminina na ciência, o Grupo L’Oréal no Brasil, em parceria com a Academia Brasileira de Ciências e a UNESCO no Brasil, premia anualmente sete brasileiras com projetos científicos em diferentes áreas.
As vencedoras recebem uma bolsa-auxílio de R$50 mil, que é destinada para que elas possam desenvolver seus projetos em instituições nacionais no período de 12 meses. Os projetos contemplam questões de Ciências da Vida, Ciências Físicas, Ciências Químicas, Ciências Matemáticas – categorias que são julgadas por membros da Academia Brasileira de Ciências (ABC).

Na categoria “Ciências da Vida”, as premiadas foram Flávia Figueira Aburjaile, Jade de Oliveira, Jaqueline Góes de Jesus e Raquel de Almeida Ferrando Neves; “Ciências Químicas”, a vencedora foi Tayana Tsubone; em “Ciências Físicas”, Verônica Texeira foi reconhecida; e, em “Ciências Matemáticas”, ganhou Carla Lintzmayer.

 

Ciências da Vida

A pesquisadora e professora Flávia Figueira Aburjaile da Universidade Federal de Minas Gerais foi vencedora da categoria com o projeto que tem como objetivo investigar a presença de bactérias com crescente resistência a antibióticos em diferentes regiões do Brasil, não apenas entre humanos, mas também em animais de produção e no meio ambiente. A abordagem conhecida como “saúde única” leva em consideração que as três esferas estão interligadas e têm impacto uma sobre as outras.

 

Professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Jade de Oliveira, foi uma das vencedoras da categoria ao pesquisar sobre como uma alimentação rica em gorduras e açúcares na infância tem implicações muito além do ganho de peso, visto que dietas pouco balanceadas podem afetar o cérebro a ponto de levar à depressão. Para entender como a dieta no início da vida pode influenciar em muitos aspectos biocomportamentais, a professora universitária quer estudar as relações entre a alimentação, a microbiota intestinal (ou seja, a população de bactérias que vivem em nosso intestino) e o cérebro.

 

Jaqueline Góes de Jesus, professora da Universidade de São Paulo, também foi reconhecida na categoria com um tema que ficou ainda mais popular durante a pandemia de COVID-19: a possibilidade de patógenos (microrganismos que causam doenças) serem transportados de um país para outro, por exemplo, em aviões, por pacientes que ainda não sabem que estão infectados. A pesquisadora irá estudar especificamente a rota entre Angola e Brasil. A ideia é abrir a discussão sobre essas transmissões que ocorrem em decorrência da globalização.

 

Já a pesquisadora na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UFRJ), Raquel de Almeida Ferrando Neves, foi premiada na categoria de Ciências da Vida com seu projeto sobre o impacto da poluição por plásticos em organismos de ambientes aquáticos, como mexilhões, ouriços e peixes. O objetivo principal é avaliar como a poluição afeta os serviços ambientais fornecidos pelos sistemas aquáticos e, em consequência, impactam negativamente a população humana.

 

Ciências Físicas

A cientista do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), Verônica de Carvalho Teixeira, foi a vencedora da categoria Ciências Físicas com o projeto que ajuda a “enxergar” a radiação. Por meio do aperfeiçoamento da qualidade de cintiladores – materiais que convertem os raios X em luz visível de forma que possamos enxergá-los com diferentes câmeras e transformar esses sinais em imagens – será possível avançar no desenvolvimento de novos protocolos terapêuticos. Seu objetivo principal é combinar esses cintiladores a fármacos e avançar no desenvolvimento de novos protocolos terapêuticos que envolvem luz e o tratamento localizado de doenças como o câncer, através, por exemplo, de terapia fotodinâmica ativada por raios X.

 

Ciências Químicas

A professora da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Tayana Mazin Tsubone, foi contemplada com o seu projeto que tem como objetivo o desenvolvimento de novos remédios para terapias fotodinâmicas, buscando alternativas para o uso de antibióticos no tratamento de infecções bacterianas. O propósito é desenvolver compostos que possibilitem melhor resultado terapêutico, de modo a evitar efeitos colaterais e proporcionar maior qualidade de vida para os pacientes, já que o uso indevido de antibióticos tem contribuído para o surgimento de bactérias multirresistentes que já não respondem aos medicamentos tradicionais.

 

Ciências Matemáticas

Carla Negri Lintzmayer, professora da Universidade Federal do ABC (UFABC – SP), conquistou o prêmio com seu projeto sobre NP-difíceis de Otimização Combinatória. Apesar do nome difícil, a pesquisa ajuda a entender quais são os limites do poder computacional e a desenvolver técnicas para lidar com problemas intratáveis em aplicações práticas, ou seja, alcançar algoritmos eficientes que encontrem uma ótima solução para uma questão específica. Os resultados estão mais perto do que se pode imaginar: a combinatória pode ajudar a empacotar itens em caminhões respeitando algumas restrições de entrega e minimizando o número de veículos necessários; cortar unidades maiores de um material (vidro, papel, tecido) em unidades menores minimizando o desperdício; escolher um conjunto de ações nas quais o investimento trará o maior lucro possível, etc.
As ganhadoras do Para Mulheres na Ciência 2023 vão receber o prêmio em cerimônia fechada que será realizada no Centro de Pesquisa e Inovação do Grupo L’Oréal no Brasil, no Rio de Janeiro, no dia 4 de dezembro.

 

Vencedoras do L’Oréal-UNESCO-ABC “Para Mulheres na Ciência” 2023

Ciências da Vida: Flávia Figueira Aburjaile, Jade de Oliveira, Jaqueline Goes de Jesus e Raquel de Almeida Ferrando Neves.

Química: Tayana Mazin Tsubone

Física: Verônica de Carvalho Teixeira

Matemática: Carla Negri Lintzmayer

Saiba mais sobre o programa em: Link

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